O Banco Central estuda medidas para diminuir o prazo de concessão de empréstimo de crédito pessoal com garantia de imóvel no Brasil, para instaurar de vez uma forma até então pouco usada, a home equity. Com a modalidade já existente no país desde 2017 a partir da lei 13.476 o modelo chamada de “guarda chuva” através lei permitiu que o credor faça diversas operações com cartão de crédito de empréstimo pessoal que adquiriu, sempre vinculado ao mesmo limite concedido pela instituição financeira”.
A modalidade que esta dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN), segundo presidente do BC Roberto Campos Neto tem a capacidade de aquecer o mercado liberando R$ 500 bilhões na economia brasileira e tem um estoque atual de R$ 11,3 bilhões após o período de sucessivas quedas.
Consolidada no mercado norte-americano a garantia “guarda-chuva” que permite com que o tomador de empréstimo atinja o limite de crédito pré-aprovado com diversas operações, ainda não esta liberada para operar no Brasil. O tomador pode apenas realizar empréstimos usando o imóvel como garantia mesmo não tendo consumido o valor total do empréstimo.
A modalidade tem foco até o momento nas pessoas jurídicas mas a ideia do BC é oferecer a modalidade para mais pessoas físicas e diminuir o prazo de liberação, tendo em vista que o acumulado deste ano já ultrapassa mais de a metade do ano passado chegando a casa de R$1,533 bilhão tomados emprestados até agosto. Hoje o prazo gira em torno de 52 dias e o objetivos é cortar pela metade esse prazo de liberação.
O BC ainda estuda ferramentas e regras para tornar a possível a migração de dividas mais caras oriundas de outras modalidades para modalidade home equity. A diferença entre hipoteca vs home equity é que na segunda opção o imóvel fica alienado ao banco, a modalidade também oferta juro menor, pois uma vez com a posse do imóvel o banco pode executar a divida.
Como os grandes bancos se posicionam diante desta investida do Banco Central ?
Ao entra na mira do BC, o credito com garantia imobiliária também a ser visto com outros olhos pelos grandes bancos. O Itaú Unibanco, que repaginou seu produto no fim do ano passado, já começa a colher frutos da nova estratégia. Responsável por 23% do crédito nesse mercado no primeiro semestre do ano, p banco multiplicou por cinco a oferta mensal de recursos..
Segundo a diretoria de crédito imobiliário da instituição, Cristiane Magalhães, a oferta, antes restrita ao cliente com renda superior a R$ 10 mil mensais, está sendo estendida para aquelas que ganham entre R$4 mil e R$ 10 mil por mês.
O Banco do Brasil quer ampliar sua carteira no segmento. “É um crédito mais qualificado praticar preços mais atrativos para o tomador”, afirmou a gerente executiva de empréstimos, financiamentos e crédito imobiliário do BB, Daniela de Avelar Gonçalves.
Segundo a executiva, o banco terá novidades em breve nessa linha de crédito, como a possibilidade de contratação 100% por canais digitais e a disponibilidade de empréstimos tanto para correntistas quanto para não correntistas.
Atualmente o banco estatal oferece o BB Crédito Imóvel Próprio a seus clientes de renda mensal a partir de R$ 4 mil, que permite até 89 dias para o pagamento da primeira parcela, com taxa a partir de 1,38% ao mês.
Para a gerente nacional de atendimento jurídico da Caixa, Bruna Groba, a regulamentação atual do home equity já é satisfatória e permite o desenvolvimento do mercado. Ela acrescentou que a expansão da carteira no banco depende apenas da estratégia de negócios.
Por: Érika Motoda
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo